domingo, 12 de fevereiro de 2017

Resenha de Cinema – La La Land – Cantando Estações (2016)



















Tiago Santana -  12/02/2017 as 23:17. 

Ryan Gosling e Emma Stone, interpretam Sebastian e Mia, respectivamente. Sebastian um pianista amante do Jazz, seu objetivo de vida é salvar esse estilo musical que tanto ama do esquecimento, para isso, quer disseminá-lo para as pessoas. Mia uma aspirante a atriz de Hollywood, largou os estudos no início da faculdade de direito para se dedicar a carreira de atriz, para isso se mudou para Los Angeles, porém, após seis anos ainda não conseguiu este objetivo e se sente frustrada por não conseguir um papel após a realização de diversos testes. Para se manter financeiramente trabalha em um café nos estúdios Warner Bros, entretanto este trabalho não lhe proporciona satisfação pessoal e profissional. A vida de ambos muda quando se conhecem em uma situação marcante no filme.

O filme é contado em quatro partes, que representa cada estação do ano (Por isso o subtítulo do filme). Podemos observar que os acontecimentos na vida de cada personagem refletem as características dessas estações.

 O primeiro ato acontece na Primavera, demonstra as angustias e decepções dos personagens, analisando desta forma, apresentam uma vida amena, sem realizações e sem brilho, algo que podemos dizer de forma analógica uma vida não “florída”, mas como sabemos também que a principal característica da primavera é o reflorescimento da flora, os acontecimentos dos últimos minutos deste ato refletem esse sentimento sobre os personagens.

O segundo ato se passa na estação mais quente de todas, o Verão. Podemos observar as mudanças significativas e positivas na vida dos personagens, o desanimo ou frustração dão lugar ao aquecimento de uma paixão e aumento de brilho no otimismo de mudanças e conquistas de sonhos. Este é um período de oportunidades, luz e brilho na vida de ambos.
Terceiro ato, Outono, derruba drasticamente essa evolução positiva, nesse período a história dos personagens começam mudar negativamente, desencontros de opiniões e novas frustrações pessoais/profissionais, fazem com que a luz e o brilho, felicidade e amor, sucesso e paz reduzam significativamente ao ponto de deixar um vazio na vida de ambos, em linha as principais características  desta estação, que é a gradativa redução da luz ao longo de sua duração e queda das folhas e flores formadas anteriormente na primavera e verão.

Por último, o Inverno, esse ato (quarto e último ato) apresenta uma frieza e um sentimento “ Down” pelos rumos tomados pelos personagens em suas respectivas vidas e história. Este ato conclui a história do filme de forma inesperada, e de certo ponto melancólico.

La La Land é um filme romântico, entretanto, foge um pouco do que estamos acostumados para o gênero. A principal mensagem transmitida pelo filme é a busca do sonho acima de tudo e de todos, uma lição para quem assiste, pois, em diversos momentos de nossas vidas deixamos que frustrações e falta de perspectiva de mudanças destruam nossos sonhos.

As atuações de Stone e Gosling são impactantes e de alta performance, é notável o preparo que tiveram para interpretar seus respectivos personagens, contudo, não podemos deixar de mencionar o talento nato de ambos, no qual deixa-nos a sensação positiva de querer acompanhá-los em novos filmes.

Com uma fotografia de brilhar os olhos, roteiros com textos e diálogos bem elaborados e devidamente inseridos na trama, atuações impecáveis, trilha sonora e musicais que fluem em nossos ouvidos, proporcionando ora euforia e alegria, ora reflexão e conforto fazem de La La Land um filme sobressalente de aspectos positivos.

2 comentários:

  1. Gostei muito, acho uma ótima opção! O filme abre com uma impressionante sequência em uma rodovia em direção a Los Angeles. La La Land é um filme essencialmente sensorial. A história é quase uma desculpa para reconstruir a magia dos musicais. Ryan Gosling (Ryan do óptimo Blade Runner 2049 ) e Emma Stone tornam toda essa construção fluida, ambos desempenhando um dos melhores papeis de suas carreiras. Não só através de suas movimentações nas quais cada passada parece ter sido milimetricamente estudada, tornando até o flutuar algo orgânico, como na forma que se entregam a seus personagens. Mesmo nos silêncios conseguimos sentir ambos, de tal maneira que ganham vida diante de nossos olhos, nos fazendo sentir suas dores, alegrias, tornando seus sonhos os nossos. Acompanhar esse casal é se deixar entregar a uma espiral de emoções, que nos remetem aquele grande amor que todos vivemos. A música ainda faz o máximo para aproveitar a voz de ambos, levando em conta suas limitações, sem exagerar ao ponto de pedir mais do que eles poderiam realizar.

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  2. Olá Tabaré. Obrigado pelo comentário. Concordo com sua visão. Gostaria somente de complementar e discordar um pouco rs, o enredo é uma premissa muito importante para vida, quem souber entendê-la, vai observar que se trata de uma metáfora em torno de nossos sonhos e como estamos dispostos a realizá-los, sem que perde o foco e dedicação.

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